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Sonora Infância

Musicalização Infantil

 

Tenho percebido, ao longo dos anos que venho trabalhando com educação infantil, como a música fascina a maioria das crianças, que fica entusiasmada e estimula-se a vivenciá-la das mais variadas formas. Efetivamente, essa arte tem um poder incrível no ser humano e nos primeiros anos de vida tem destacado papel em seu desenvolvimento, seja psicomotor, social e mental. Como diz Oliver Sacks (em Alucinações Musicais), “a inclinação para a música revela-se na primeira infância, é manifesta e essencial em todas as culturas e provavelmente remonta aos primórdios da nossa espécie. Essa "musicofilia” é um dado da natureza humana. Ela pode ser desenvolvida ou moldada pela cultura em que vivemos, pelas circunstâncias da vida e pelos talentos ou deficiências que temos como indivíduos. Mas é tão arraigada na natureza humana que devemos considerá-la inata, tanto quanto E. O. Wilson considerava inata a "biofilia", nosso sentimento pelos seres vivos. Talvez a musicofilia seja uma forma de biofilia, pois a própria música quase dá a impressão de que é um ser vivo.

É claro que o uso da música como ferramenta educativa e até mesmo como fim em si mesma vai trazer maiores ou menores resultados de acordo com a forma e os métodos escolhidos em sintonia com o grupo de alunos. Nas vivencias que focalizo, sejam elas regulares ou em oficinas pontuais, utilizo principalmente da Pedagogia Rítmica Dalcroze que preconiza que a música, com os elementos que a compõe (ritmo, melodia e harmonia), deve ser idealmente sentida primeiro no corpo para em seguida ser compreendida racionalmente e depois executada. Como diz Iramar Rodrigues (Instituto Dalcroze de Genebra), “o estudo da música é o conhecimento de si próprio. A música, arte da expressão, é a imagem humana: sentir para expressar-se, conhecer para construir-se. Dalcroze quer que a música, passando pelo ouvido, chegue até a alma para abraçá-la e que a alma transforme o corpo em ressonâncias. A música transporta sua harmonia, sua melodia, seu ritmo, sua frase, seus silêncios para falar à nossa alma.”

É por isso que essa pedagogia propõe-se a ser “uma educação por e para a música”, pois em sua prática contempla elementos essenciais do ser humano e que servirão também para o aprendizado de outros conhecimentos, daí beneficiar a criança não só no aspecto musical e psicomotor mas também no colocar-se no mundo, na expressão e criatividade.

 

Somando-se a esse método tenho utilizado também elementos da Educação Brincante, que traz a cultura e tradições populares com sua riqueza e possibilidades de brincadeiras e improvisação, e dos Círculos de Tambores, que são práticas circulares com e sem instrumentos onde os participantes podem tocar juntos e ter momentos individuais, aumentando assim a escuta de si e do outro e se percebendo parte de um todo – compreensão essencial para os tempos que vivemos. Como sou um pesquisador apaixonado por instrumentos com sonoridades e formas diferentes das comumente conhecidas por nossa cultura e tenho alguns que disponibilizo para essas vivências musicais com crianças, seu manuseio torna-se naturalmente um destaque para os participantes, que ficam curiosos e animados. Com isso, a transdisciplinariedade do trabalho que realizo se expande mais um pouco podendo abranger conhecimentos de geografia e história, já que adquiri esses instrumentos em outros continentes.

As vivências de musicalização infantil tem me trazido alegria, redescobertas e a honra de cooperar no desenvolvimento das crianças, ampliando seu mundo através dos sons e divertindo-as no tocar instrumentos e mover-se com a música.

As aulas podem ser realizadas em projetos em escolas, em comunidades, oficinas e também pequenos grupos e individualmente. Entre em contato para maiores informações.

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